Sem rótulos: nada define a Mulher Ativista!

Por Patrícia Cassemiro, para o site da Fibra

Barcelona, 17 de fevereiro de 2022.

(Uma pequena homenagem ao mês de todes)

Muita gente pensa que quando se fala de mulher ativista, se retrata aquela mulher que abriu mão de toda sua feminilidade, as que não tem muito mais do que fazer do que cuidar do gato, que é sua família, pois certamente ela deve ser muito solitária …, e que teve que deixar toda a vida pessoal para se dedicar à profissional e agora, aposentada, decidiu lutar por uma causa. Risos…., mais equivocado você não poderia estar. Se prepare para conhecer as poderosas!

Primeiro, quero avisar que para uma mulher todo o estereotipo seguramente não conta, até por que somos muito DIVERSES, e tudo, ao contrário, nada mais é que uma caricatura mal desenhada por um sistema míope, patriarcal.

Assim carxs, quando for falar de uma mulher e ativista, melhor esquecer os seus pré-conceitos e parar para ouvir o que ela tem a dizer. Elas podem vir vestidas de cetim, marca, maquiadas, rasgadas ou descalças. Para elas o importante é o todo. Muitas são mães cuidadosas, profissionais, muitas não só dividem as contas das casa, mas são todo o alicerce financeiro da família. Sem descuidar dos trabalhos da casa (até porque para muitas não há escolha), elas são mil em uma, como uma entidade onipresente e que sabem, ah como elas sabem!, criar seus filhos em tribo, isso é um ato totalmente feminino: educar e proteger  sua cria sem esquecer de cuidar do mundo ao redor.

A mulher ativista pode ser de qualquer cor, pode transbordar sensualidade e nem por isso ela deixa de lutar por um mundo melhor, inclusive lembro aqui pra você que não entende a mulher que não nasceu com um determinado órgão genital – pois um órgão não pode definir um sentir latente do chamado: “Sou uma Mulher!” E essa Mulher Ativista não se permite ser objeto, não precisa sexualizar, a não ser no momento que ela busca seu prazer, porque ela É.

É lamentável que há pouco mais de um século a medicina não conhecia nada do corpo feminino, o sangue da menstruação era sujo e algumas eram até dessangradas para limpar suas impurezas. No nosso Brasil, foi apenas na década de 60 que as mulheres tiveram acesso ao ensino superior.

Mas, na história de verdade elas sempre lutaram, lado a lado com outras lutas, elas sempre estiveram presentes! Meu respeito às negras chefes de família de Minas Gerais, que mesmo a coroa portuguesa precisou reconhecê-las porque faziam parte da economia da colônia Brasil, às guerreiras de Tejucupapo, de Pernambuco, que ganharam dos soldados com água quente, às que foram queimadas como bruxas na inquisição, às avós indígenas brasileiras tidas como má influência porque lutavam para que suas culturas não fossem enterradas nunca!

Agora, quando você ouvir falar de uma mulher ativista, não venha com piadas de mal gosto ou achar que se deve ser assim ou assada, simplesmente somos e se você está preocupado em achar que não me dá tempo, esqueça, porque enquanto escrevia eu estava trabalhando, cozinhando e dando os últimos retoques no batom. Por que vou ali lutar pela minha tribo e gritar: Fora Bolsonaro!


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