O 1o de Maio no Mundo: Dia de Luta da Militância Internacional

Por A I van Dijk

(integrante do Coletivo Amsterdam pela Democracia/Holanda)

01.05.2021

Hoje não é um dia qualquer. A maioria dos países do mundo comemora. Uns com feriados, outros com passeatas, atos de rua e há até mesmo os que aproveitam o dia para demonstrações de poderio bélico militar. Há ainda os que simplesmente optam por não marcar a data, uma espécie de cara de paisagem para com um marco histórico de conquista de direitos dos trabalhadores e trabalhadores do mundo, como é o caso da Holanda que o transformou “num dia qualquer”. Não é! Até a negação é fato que só confirma a importância da data no melhor estilo “vamos dizer que este dia não importa para ver se as pessoas assim acreditam”. Será? Bem, eu diria que as conquistas históricas mandam aquele beijinho no ombro para os haters; neste 2021 as ruas exibem sem entrelinhas as falas dos que se importam, exigem e lutam por direitos, Justiça e Liberdade!

Da wikipédia temos que a data é celebração internacional dedicada aos trabalhadores e trabalhadoras do mundo. Data que “remonta ao dia 1 de maio de 1886, quando uma greve foi iniciada na cidade norte-americana de Chicago, com o objetivo de conquistar condições melhores de trabalho, principalmente a redução da jornada de trabalho diária, que chegava a 17 horas, para oito horas. Nessa manifestação, houve confronto com policiais o que resultou em prisões e mortes de trabalhadores.” (wikipédia) A Igreja católica consagra esta data (pelo calendário litúrgico) à memória de São José Operário, o santo padroeiro dos trabalhadores. O dia, como disse, não é um qualquer!!!

A data nos relembra em primeiríssimo lugar o sangue e a dor dos que tombaram pela conquista de alguns dos mais relevantes marcos históricos em contraponto às barbáries dos primeiros momentos da industrialização – como a redução de jornadas de trabalho de 17 para 8 horas, por exemplo, e condições dignas de trabalho, segurança e salubridade. É o embate permanente entre sonhos e ignorâncias, conquistas e violências, de avanços civilizatórios contra a barbárie das novas formas de escravidão e expoliação do ser humano.

De fato nos dias de hoje o 1o de maio domina as ruas de cidades importantes como um espaço privilegiado para denúncias de toda sorte de injustiças envolvendo trabalhadores e trabalhadoras do mundo todo. Os progressistas, esquerdistas e humanistas ali estão para que ninguém esqueça ou duvide das indignidades cometidas pelos defensores do capitalismo neo-liberal, indignidades que hoje seguem disfarçadas de competitividade e eficiência e que acabam por justificar, em sua fase atual, a necropolítica e uberização do trabalho, com o descarte do trabalhador e da trabalhadora que “não servem mais à eficiência desejada”. O conhecido neoliberalismo expondo sem qualquer subterfúgio o que de pior a luta de classes pode gerar, qual sejam novas formas de escravidão do homem pelo lucro de poucos. Em outras palavras, aquilo que prefiro definir como a banalização das imoralidades humanas na busca de dinheiro e poder! Os movimentos de direita neste 2021 nas ruas de alguns países da Europa disputam as ruas do 1o de maio como se lhe fosse devido o privilégio único de ocupá-las. Hoje as ruas de Barcelona mostravam de um lado, os protestos e denúncias de diversos movimentos sociais, de outro, os sons nervosos do Vox com os fascistas, os brutos, os oportunistas da fé que em nome da família e da moral aviltam qualquer ser humano que lhes ameace a propriedade: material ou política! As vozes de ambos os lados mostravam a tensão de um sistema econômico cada vez mais excludente e de uma sociedade que não mais tolera o preconceito, o racismo e as violências contra imigrantes. Abaixo alguns prints da transmissão feita ao vivo das ruas pelo amigo @JoãoJr., membro independente da FIBRA e amigo de lutas do Coletivo Brasil-Catalunya.

Em Hamburgo sequer foi possível manifestar-se porque a polícia bloqueou as ruas e frustrou a possibilidade de exercitar a democracia das vozes dos movimentos sociais e do clamor justo por direitos e oportunidades para todos. Abaixo o registro da transmissão ao vivo feita por Cris Francisco (integrante da FIBRA e do Coletivo GDTB/Hamburgo).

Barcelona e Hamburgo mostraram que o Dia doTrabalhador tensiona o status quo do poder! De toda forma, integrantes da FIBRA na Alemanha (Coletivos Desmascarando Bolsonaro Já e GDTB) foram às ruas no dia 30 de abril no que chamaram de pré-demonstração!

O ativismo internacional representado pelos Coletivos e integrantes independentes da Frente Internacional Brasileira – FIBRA, vem ocupando as ruas do mundo desde 2016 e datas como o 1o. de maio são sempre motivos para utilizar todos os espaços disponíveis para denunciar a crise brasileira e juntar forças com movimentos solidários de todos os lugares! Membros do Coletivo Desmascarando Bolsonaro Já, organizavam atos de ruas em algumas outras cidades alemãs enquanto no Youtube produzíamos um programa ao vivo com líderes sindicais e de movimentos sociais brasileiros, sob a batuta de Fernanda Otero (membro independente da FIBRA na Irlanda).

A imagens de hoje mostram a necessidade das lutas em defesa da Liberdade, da inclusão, contra o racismo, contra o fascismo e principalmente pelo repúdio à necropolítica de Paulo Guedes que fez o Brasil voltar ao Mapa da Fome, e da criminosa gestão da pandemia por Bolsonaro que contabiliza mais 400 mil vidas perdidas para o COVID. Mais do que nunca elevamos nossas vozes pelo FORA BOLSONARO que resume a luta deste 1o de maio para todos nós da diáspora progressista brasileira e para qualquer com um mínimo de percepção de sua própria humanidade.

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