Iniciativa do Coletivo Amsterdam pela Democracia e apoio da FIBRA.
Prezados(as) senadores(as),
Como residentes no exterior, e parte de uma diáspora estimada entre 3 a 3,7 milhões de
brasileiros e brasileiras, vimos aqui prestar nosso reconhecimento e apoio pelos trabalhos que
corajosamente os(as) senhores(as) vêm desenvolvendo na CPI do COVID-19, investigando e
questionando os equívocos do governo federal na condução da pandemia.
Como cidadãos(ãs) brasileiros(as), seguimos contribuindo à Nação, seja com recursos
enviados às famílias, com doações aos mais vulneráveis nesta pandemia, ou através do
Tesouro Nacional via emolumentos pagos pelos serviços consulares que utilizamos. Segundo
o Instituto de Estudos Avançados da USP/2006, em 2004, o Banco Central contabilizou cerca
de US$ 2,3 milhões em remessas de imigrantes, valor que estima-se ter chegado a 1% do PIB
nacional (US$ 5,6 bilhões/BID, 2005) se considerar o que foi enviado por meios informais!
Trata-se, portanto, de recursos nada desprezíveis. Se é verdade que por variadas razões
saímos do Brasil, nunca foi tão verdadeiro também que o Brasil não saiu de nós! Nossos
vínculos civis, sociais e familiares não se desfazem com a distância, tampouco nosso
compromisso com o Brasil. Continuamos a nos preocupar e nos informar sobre o nosso país,
seus avanços, mazelas e desafios.
Como eleitores(as) atentos(as) e progressistas, sabemos que apesar dos muitos votos da
diáspora a favor de Bolsonaro no pleito de 2018, o número de pessoas decepcionadas e
arrependidas deste voto já é igualmente expressivo, o que não nos causa surpresa. É duro ver
o Brasil desmoralizado nos países em que residimos – o que nos torna alvo fácil de
preconceitos e xenofobia, além de sofrermos com o drama imensurável e incompreensível da
péssima gestão da pandemia por este governo. Embora a COVID-19 tenha atingido o mundo
inteiro, entendemos que é inaceitável que nosso país ocupe o triste lugar de segundo maior
número de óbitos, sendo o sexto em população mundial, assim como é também
assustadora a cifra de mais de meio milhão de mortos por uma doença que já tem vacina.
Assim como mais da metade da população brasileira residente no país, nós também queremos
saber: por que e quem se beneficia dessa crise? Como o Brasil, outrora referência mundial em
vacinação, com profissionais qualificados e um Sistema Universal de Saúde – algo que
muitos dos países nos quais residimos não possui – , pôde chegar a um desempenho tão
baixo, anacrônico e trágico na condução da pandemia, que vem levando o país a se tornar um
risco para a humanidade com o descontrole sobre as novas cepas?
O SUS, uma das maiores conquistas da nação brasileira, hoje está sob risco de sucumbir ante
a negação da ciência e o corte de recursos, a ignorância e o ultraliberalismo, forças motores
deste governo. Estamos indignados(as) com a situação de precariedade do povo perecendo
aos milhões, resultado do descaso do Estado, e somos solidários(as) aos familiares e
amigos(as) das vítimas da COVID-19. A crise sanitária é fruto inegável de uma gestão que,
além de precária, já se configura criminosa, como vêm mostrando os desdobramentos desta
CPI.
Do exterior, seguimos atentos(as) aos seus trabalhos, aguardamos avidamente pelo relatório
final e temos certeza não lhes faltará coragem para apontar responsáveis por crimes
cometidos, bem como o consequente encaminhamento à Justiça.
Saudações,
Coletivo Amsterdam pela Democracia
Subscrevem a carta:
- Defend Democracy in Brazil Committee;
- MBCF- Mulheres Brasileiras Contra o Facismo (Barcelona, Espanha);
- Unidos contra el Lawfare Barcelona (Barcelona, Espanha);
- Collectif Alerte France Brésil/ MD18 (Paris, França);
- Asociación Brasileña Maloka (Madri, Espanha);
- MRE – Mulheres da Resistência no Exterior (Orlando / Miami);
- Coletivo Mariele’s Ravenna (Ravenna, Itália);
- Coletivo Hamburgo pela Democracia no Brasil (Hamburgo, Alemanha);
- Mulheres Brasileiras Contra o Fascismo (Barcelona, Espanha);
- Democracy for BRASIL UK (Londres, Reino Unido);
- Coletivo Por Um Brasil Democrático – Los Angeles (Los Angeles, EUA);
- Coletivo Brasil-Alemanha pela Democracia;
- Comitê Internacional pela Democracia no Brasil (Zurique, Suíça);
- ALMA- África y Latinoamérica en Mallorca (Maiorca, Espanha);
- Coletivo Brassar (Estocolmo, Suécia);
- Coletivo Boston Fora Bolsonaro (Boston, EUA);
- Luta Contra o Fascismo no Brasil (Berlim, Alemanha);
- Coletivo Palmares;
- Movimento EU FIZ;
- Coletivo Resistência em Austin (Austin, EUA);
- Coletivo Brasil Catalunya (Barcelona, Espanha);
- Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa (Lisboa, Portugal);
- Coletivo Fora Bolsonaro Genocida Bélgica (Bruxelas, Bélgica);
- Mulheres da Resistência Flórida (Flórida, EUA);
- Association Lettre-Océan;
- Coletivo pelos Direitos no Brasil – Madrid (Madri, Espanha);
- Coletivo Esquerda Luta e Resistência (Tübingen, Alemanha);
- Desmascarando Bolsonaro Já (Alemanha);
- Frente Preta Uk (Londres, Reino Unido);
- Defending Democracy in Brazil (Flórida, EUA);
- Collettivo TransFeminista Marielle Franco;
- USNDB – US Network for Democracy in Brazil (EUA);
- BRADO NY (Nova York, EUA);
- Comitê Italiano Lula livre (Itália);
- Comitê pela Democracia no Brasil (Zurique, Suíça);
- Frente Progressista Vancouver (Vancouver, Canadá);
- Comite Lula Livre Bruxelas (Bruxelas, Bélgica);
- Coletivo Brasil-Québec (Québec, Canadá);
- Coletivo Brasil-Alemanha pela Democracia (núcleo Freiburg, Alemanha);
- Fora Bolsonaro München (Munique, Alemanha);
- Coletivo Taoca;