Por Patrícia Cassemiro
Faz anos que milhares de migrantes passaram pelo trauma de serem ingressados em centros de internamento na Europa a espera de serem deportados pelo único “crime” de buscarem um vida mais digna para eles e suas famílias, fugindo na maioria das vezes da fome e até da violência de guerras em seus países. Com o estado de Alarme por conta da Crise Sanitária foi decidido fechar esses centros temporariamente, não pelo cuidado da saúde da aglomeração das centenas de pessoas recolhidas e sim porque os detidos teriam que ser devolvidos a seus países de origem no máximo em 60 dias. Vários coletivos estão pedindo o fechamento total e definitivo desses centros, os CIEs visto que são instituições autoritárias e que não respeitam a condição humana dessas pessoas, além do que esses migrantes não podem ser repatriado devido o fechamento das fronteiras.
Assim que neste sábado, 30 de janeiro, na capital Espanhola será realizada uma vigília pelo fechamento definitivo dos CIEs.
Uma vez que até os espanhóis da época franquista e de recentes crises econômicas tiveram que deixar seu país, ou se transladar com a família para outras regiões, fica à pergunta: quem de nós não vem de uma família onde não havia migrantes? Será que seus avós ou você se sentiram criminosos por migrar a outro país?
Os centros de internamento de estrangeiros na Espanha, são oito instalações policiais de “caráter não penitenciário” desenhadas até que o migrante seja expulso do território nacional. Estes centros existem desde 1986. Apesar, das mudanças das leis de estrangeiros e dos direitos que deveriam existir na prática, o que ocorre atrás desses muros é muito questionável. Existem denúncias desde o trato indigno, torturas e até mortes.
Neste sábado 30 de janeiro desde as suas redes sociais vamos lutar pelos direitos humanos, faça uma frase, uma foto, um desenho, um depoimento contando a origem dos seus antepassados e coloquem: #CIEsNo #VivirSinCIEs. Migrar não é crime!
Patrícia Cassemiro é brasileira, mora em Barcelona, na Espanha, é jornalista, ativista, participa do Brasil Ativo Press, Mulheres Brasileiras Contra o Facismo é colaboradora da Fibra.