Por Ermeson Vieira
Nesta segunda dia 21 de junho, Bolsonaro perdeu a compostura (coisa que como todo ditador se esforça falsamente para manter) ao gritar contra uma jornalista da Globo. O motivo do desequilíbrio emocional? Ela lhe questionou sobre a multa que o governo de São Paulo lhe impõe por não usar máscara na “motocada” que ele inventou de fazer. Bolsonaro já foi processado, já foi multado por muitas coisas ilegais que fez, mas por que tanta ira agora contra uma simples jornalista que fez uma simples pergunta?
Erroneamente, muita gente achava que a estratégia de Bolsonaro era a de não comprar vacina e investir no efeito de imunidade de rebanho (gado?), levando assim a milhares de brasileiras e brasileiros às covas dos cemitérios. Porém, a maldade do mandatário vai mais longe. Todo esse cenário de morte, não tem só como objetivo provar uma tese pseudo-científica, mas se trata de uma estratégia de por um lado, aproveitar-se de uma “infinita pandemia” prolongada artificialmente para passar boiadas (leis anti-democráticas, anti-ecológicas, anti-povo, leis necrófilas) e manter o povo fora das ruas. A aversão às vacina na verdade era uma aversão ao povo nas ruas. Vale lembrar que o grande sonho de um ditador é governar contra o povo e sem o povo, sozinho, autocraticamente, totalitariamente.
O longo período de confinamento e a esperança dada pela vacina, empurrou o povo a ir às ruas, sem esquecer, claro, com que uma de cada quatro famílias brasileiras perderam pelo menos um dos seus membros para a covid-19, e a crise econômica provocada pela falta de trabalho e perspectivas de futuro para uma parte significativa da população brasileira. A miséria e a barbárie batem cada vez mais à porta dos cidadãos do nosso país. Vale lembrar que a cesta básica no país custa por volta de 600 reais no Brasil e o governo não quer pagar mais de 300 reais por família, sem contar com os aumentos da luz, do gás, a falta de água até no sul do país causado pelas queimadas criminosas da Amazônia, e um sem fim de etc.
Mas o que foi mesmo que fez do eleito tão nervoso?
Foi a fome do povo? Foi a covid-19? Foram os milhares de desempregados? Foi a destruição da Amazônia?
Com certeza, não foi nada disso. Bolsonaro com seu governo de inação e de eterna campanha, espetáculos, propaganda, agitação e ódio que tanto lhe ajudaram a se eleger através da polarização, caiu num engodo que nem ele sabe como sair. Bolsonaro necessita da polarização para existir, pois ele constrói sua identidade sempre em oposição a alguém, a alguma coisa, a algum grupo de pessoas e ao criar essas oposições, Bolsonaro fez surgir uma grande aliança popular, ora implícita, ora explícita contra ele e seu governo. E as consequências da sua política de ódio gerou logicamente uma política de morte. E é por esse motivo que as pessoas estão indo para as ruas. Porque Bolsonaro é mais perigoso que o vírus. Bolsonaro mata o futuro tanto quanto o vírus mata o corpo.
Recentemente, no dia 11 de junho, Bolsonaro foi hostilizado dentro de um avião da Azul. As pessoas gritavam “fora Bolsonaro” e “Bolsonaro genocida”.
A mesma coisa na entrada a um evento da Aeronáutica em que ele novamente foi hostilizado a gritos de genocida e fora Bolsonaro.
A CPI da Covid tem mostrado o que há por detrás do negócio da morte, nome certo para o descaso e para os tratamentos pseudos-científicos implementados pelo governo de Bolsonaro. Contratos ilícitos com a indústria produtora de cloroquina estão a ponto de serem revelados. Essas e outras notícias mais escandalosas estão sendo mostradas todos os dias nas telinhas das TVs e da Globo, claro.
Além disso, desde que Lula recuperou seus direitos políticos e se declarou candidato em 2022, a popularidade de Bolsonaro só tem caído. Agora, sem dúvida o que tem tirado o sono morfético do presidente com certeza é o povo nas ruas durante as duas grandes manifestações que vivemos recentemente e o apoio da Globo a elas. Apoio da Globo? Sim, essa mesma emissora que criou o mito do caçador de marajás, do súper-herói Moro, ou que não questionou o kit gay nem a mamadeira de piroca dando vantagem ao odiador profissional, Jair Bolsonaro, e nem polemizou o Supremo quando este, à época, passou a resolução da ONU que liberou Lula para ser candidato pelas partes púbicas, ou pelo fiofó, para ser mais exato.
A Globo tem seus interesses, logicamente. Por um lado a concessão da Globo se acaba em 2022 e por outro, Bolsonaro fez aliança com a Rede Record, colocando o império Global em concorrência mais que desigual com o império Universal em clara vantagem. A Globo que era uma emissora de conteúdo para o grande público está sendo obrigada pela polarização de Bolsonaro a se transformar em uma emissora de nicho, e isso é justamente a contradição do radicalismo do ditador brasileiro.
Os gritos de Bolsonaro, na verdade são gritos de ódio e desespero ao ver-se esfumar dentro da sociedade brasileira às vésperas das eleições de 2022. Até sua base político-fisiológica no Congresso está só esperando a hora para traí-lo e apoiar Lula ano que vem, deixando-o nas maiores das solidões existenciais que ele já sofreu. Vale lembrar que nem partido ele tem.
Finalmente, quem tinha razão e quem profetizou a caída do mito (do “mentira”) foi o haitiano ali no curralzinho na frente do Palácio do Planalto já em maio de 2020.
Tudo isso serve para lembrar-nos que é a verdade política e social que nos libertará. Que é quando os cidadãos perdem o medo dos ditadores e agem com a verdade, esse é o momento que os ditadores mais odeiam e começam a cair. Bolsonaro não é e nunca foi presidente do Brasil. Bolsonaro é o presidente de uma seita que veio para escravizar as mentes e o povo brasileiro a fim de sugar seu sangue.
Os gritos de Bolsonaro contra a imprensa só mostram que estamos no caminho certo e que ele mesmo já vê sua caída.
Fora Bolsonaro!!
Ermeson Vieira é Mestre em Comunicação e Educação na Internet pela Uned (Universidade Nacional de Educação à Distância da Espanha), Mestre em Estudos da Mídia pela universidade de Amsterdam, e Bacharel em Cinematologia pela Universidade do Leste deLondres, têm trabalhado com a FIBRA e desenvolvido histórias para o cinema.
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Nota: Os textos, citações, e opiniões são fornecidos pelo autor, sendo de sua exclusiva responsabilidade, e podem não expressar – no todo ou em parte, a opinião dos Coletivos da Fibra.