Colocada à prova, a urna eletrônica é vitoriosa!

Amsterdam, 22 de junho de 2025.

Por Luíza Monteiro, para o site da Fibra
@luiza.monteiro

Inaugura-se a nova série com público atento: o julgamento histórico dos mentores e organizadores da tentativa de golpe de Estado de 2022. Sorte nossa não se ter concretizado!

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Muito foi dito sobre os depoimentos. Não há muito mais a dizer. Talvez algumas observações a serem enfatizadas: uma delas, a fake news sobre possível roubo nas urnas eletrônicas.

Vídeos foram produzidos, posts viralizados, muita disposição de desmoralizar a máquina de votar. A propaganda quanto a não lisura do pleito eleitoral, que seriam máquinas programadas para fraudar levaram muitos a questionar o resultado e reinventar uma democracia tutelada em que golpistas se autodeclarariam vencedores ou fariam eleições sem opositores. O plano se ancorava nesta premissa. Quer dizer na sua criada narrativa.

Os depoimentos dos réus tentaram e não conseguiram ter indícios de fraude da urna eletrônica. E, quando não explicitavam a falta de provas, o juiz os fez falar claramente.

 Já um mínimo de conhecimento histórico nos faria declinar da surreal ideia de que a justiça eleitoral brasileira tivesse partido, a favor, justamente, de Lula e do PT. Juízes e componentes do STJ não são de esquerda, muito menos petistas.

A repetição da mentira intencionalmente criada para desacreditar a validade da urna nem nos fez ver este lado da história. Ficamos a defender a urna e a dizer que ela era auditável porque acreditávamos que eles – os golpistas – não teriam, na verdade, verdadeira, era o voto popular.

As palavras do general Augusto Heleno em reunião golpista confirmavam a razão de se implantar a mentira. Dizia ele que tinham que agir antes das eleições, depois era tarde demais. O voto era o grande medo, apesar da máquina do Estado, apesar do arrombamento dos cofres públicos para dar auxílios descabidos em busca de revertê-los em votos. Já que voto não haveria, teria que se desacreditar a máquina que contava a escolha do eleitorado.

A ideia de responsabilizar a máquina de votar veio após uma visita de Jair aos EUA, coincidente com o pensamento do Steve Bannon, expresso em fórum de direitistas em São Paulo. Com esta premissa de que era falha, poderia sempre se questionar seu resultado.

Seria cômico se não fosse trágico ver os militares preocupados em melhorar a urna, como alegavam os golpistas nos depoimentos ….

Logo, eles, que por anos nos tiraram o direito ao voto!

Militares, por caraterística organizacional, não sabem o que é democracia, sua instituição é hierárquica em que comando e comandado têm que guardar disciplina e não debater se é isto ou aquilo, se é certo ou errado. Democracia não faz parte da estrutura de forças armadas. Por consequência nada têm a acrescentar. E, no caso brasileiro, seu histórico é o pior possível quanto a entender e garantir o que seja uma sociedade democrática. As FFAA brasileiras criaram um inimigo interno e por 21 anos impediram a democracia de se desenvolver no país! Ou seja, diferente de países como a Turquia ou a Venezuela as armas no Brasil se voltaram contra os interesses do seu próprio povo.

Cabe ressaltar que a não adesão do Exército e da Aeronáutica impediram a aventura golpista de 2022 evitando-se o que seria um sangrento capítulo de nossa história … Talvez por não ter acolhida internacional, sobretudo dos EUA, mas isso já é outra estória, que fica para outro momento: o nosso atrelamento aos valores e interesses militares norte-americanos.

E a urna venceu. Apesar de a enxovalharem, a desacreditarem, ela, investigada por todos os lados, se mostrou inabalável.

A urna eletrônica do Brasil contabiliza em poucas horas a votação das populações ribeirinhas da Amazônia, a das periferias e favelas e as mais recônditas localidades do Brasil. Tudo totalizado com rapidez e transparência, inclusive nossos votos no exterior. As insistentes tentativas de buscar indícios de fraude trouxeram à tona apenas uma coisa: sua impenetrabilidade, sua confiabilidade.

Esta criação da engenharia brasileira, portanto, já sai julgada e vitoriosa.

A ela nosso aplauso por sua atuação.

Luiza Monteiro


Luiza Monteiro é integrante do Coletivo Amsterdam pela Democracia e da FIBRA.

Nota: Os textos, citações e opiniões deste texto podem não expressar – no todo ou em parte, a opinião dos Coletivos e/ou membros independentes da Fibra.

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