Guerras e paz

Por Inêz Oludé, para o site da Fibra.

Bruxelas, 1 de abril de 2022.

O culto ancestral à guerra

Pude perceber que existe um verdadeiro culto à guerra, museus, monumentos, filmes, festejos e paradas militares, hinos, bandeiras, e outros símbolos militares que invadem a vida do civil supostamente por patriotismo e defesa da pátria.

Por todos os lados há manipulações e se pode observar comportamentos patrioteiros onde imbecis exaltam idiotas e servis a se alistarem para a guerra, a fim de defender os interesses dos poderosos que nos governam e seus aliados fabricantes de armas. É inegável que o mundo está vivendo um momento dramático, com as proporções guardadas, semelhante aos anos 30 na Europa, com o mesmos ingredientes que levaram à ascensão do fascismo e do nazismo: crise econômica, ética e moral que pode terminar em tragédia. O pior é que, as atitudes e inércia são as mesmas, se deixa crescer a hidra do fascismo, depois não se sabe o que fazer para estancá-la. Já o contexto internacional é muito favorável ao neofascismo, e o maior exemplo é a Ucrânia, que tem um contingente de neonazistas incluído no exército, financiado pelos “ocidentais” que seja dito, sempre fizeram isso, mas não é o único exemplo. A Europa está de novo contaminada pela peste marrom, os EUA com seus supremacistas e neonazistas, que tem partidos legalizados, em nome do direito à liberdade de expressão. Veja no Brasil, os “nazitupinikins”, estes sim que são bons exemplos da peste marrom, todos mestiços, se forem à Ucrânia ou aos EUA se juntarem com os nazistas, vão levar cacete! No dia 31 de março, os milicos mamateiros comemoram o golpe de 64, que se deu no dia 1° de abril, a república dos assassinos, continua assombrando a sociedade porque ficaram impunes. Voltaram ao poder, agora temos a república de milicianos corruptos, parasitas, vagabundos, traidores da pátria e entreguistas. A paz A paz, é uma coisa difícil e complexa. Estou há anos tentando chegar a alguma conclusão, algum consenso, para isso foi necessário entender a guerra, seus mecanismos, suas mentiras, suas projeções. Minha primeira pergunta foi a mais simples: por que os homens fazem guerra? Pois, nós, as mulheres, não temos nada a ver com isso, mesmo se algumas se deixam levar pelo militarismo, vestem farda, fazem aqui e ali uma guerra, como Madame Thatcher, mulher é vida. Só esta pergunta boba me levou alguns anos de buscas e reflexões; ora duvidosas, ora contraditórias, na maior parte do tempo amargas e tristes. Só a poesia dá conta Da estupidez da guerra Victor Hugo Trabalhadora sem olhos, Penélope imbecil, Canção de ninar do caos onde o nada oscila, Guerra, ó guerra ocupada com o choque de esquadrões, Cheia do som furioso das cornetas, ó bebedora de sangue, que, feroz, murcha, Hedionda, arrasta o homem em esta embriaguez, Nuvem onde o destino se deforma, onde Deus foge, Onde flutua uma luz mais negra que a noite, Imensa louca, armada de vento e raios, De que serve você, giganta, de que serve você, fumaça, Se seus colapsos reconstroem o mal, Se para o bestial você caça o animal, Se você não sabe, na sombra onde sua chance chafurda, Desfazer um imperador só para fazer outro? Não acredite em contos de fardas! P.s. – Este poema Victor Hugo escreveu em 1871, morreu em 1885. Escandalosa ironia do destino, aberração cultural ou absurdo sem nome: menos de 20 anos após seu desaparecimento, a França construiu e lançou um navio de guerra com seu nome! – o cruzador blindado “Victor Hugo”, uma grande canalhice e desrespeito à obra e ao seu autor.
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