“Em Portugal e no Brasil, sempre em defesa dos Valores de Abril’’
No dia 25 de abril de 1974 o povo português derrotou o autoritarismo salazarista e, com cravos nas mãos e nas armas, marchou nas ruas exigindo direitos civis e o fim do fascismo. Hoje, 49 anos depois e sete anos após o mais recente golpe contra a democracia brasileira, nós, que compomos a Frente Internacional Brasileira contra o Golpe e pela Democracia – FIBRA, dirigimos este manifesto ao povo brasileiro e às autoridades do Brasil.
A FIBRA, surgida em 2016, realizou nos dias 21, 22 e 23 de abril seu III Encontro Internacional: “Re-existir”. Re-construir.’’, evento embalado pelos Valores de Abril, onde a militância internacional, reunida em Lisboa, discutiu caminhos para aprofundar e retomar a democracia, a partir do olhar de quem mora fora do Brasil e segue comprometido com o povo brasileiro em suas lutas e utopias.
Das discussões ficaram definidos 6 eixos de atenção:
1. Solidariedade Internacional;
2. Práticas Antirracistas e branquitude;
3. Direitos Humanos, Combate à Xenofobia e ao Fascismo;
4. Meio Ambiente, Povos Originários e Acordo UE-Mercosul;
5. Diásporas e Direitos; e
6. Mobilização Internacional, Comunicação e Transmídias.
Apoiamos uma (re)construção coletiva e participativa, apontando as pautas básicas do que queremos:
- Reforçar as lutas dos direitos das pessoas migrantes nas comunidades de acolhimento, mas também das comunidades migrantes dentro do Brasil;
- Fortalecer as lutas contra todas as formas de opressão, sejam elas xenofóbicas, racistas, lgbtfóbicas, transfóbicas, classistas, machistas, capacitistas, gordofóbicas, segregacionistas e ambientais, entre outras;
- Incentivar propostas populares de criação de leis que visem a regulamentação dos imigrantes com base na justiça social, nos países em que vivem e atuam;
- Fortalecer a luta pela responsabilização judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados pelos crimes cometidos, especialmente aqueles contra a humanidade;
- Apoiar intensivamente a defesa da demarcação das Terras Indígenas no Brasil, como princípio da dignidade humana e dos direitos dos povos originários, de acordo com o artigo 230 da Constituição Brasileira e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT);
- Que a comunidade emigrada possa votar e ser votada para cargos legislativos federais, bem como a criação desse(s) cargo(s), garantindo a participação da diáspora brasileira no Congresso Nacional;
- A não ratificação do Acordo UE – Mercosul, uma vez que este acordo desrespeita os princípios de justiça, direitos sociais, ambientais, particularmente os dos povos originários e demais povos tradicionais;
- Acompanhar a preparação e os desenvolvimentos da Cimeira União Europeia – América Latina CELAC a realizar-se em Bruxelas em julho de 2023;
- Estabelecer um diálogo construtivo, crítico e permanente com o atual governo, para a reconstrução de políticas públicas orientadas às demandas da diáspora brasileira;
- Garantir o reconhecimento de títulos acadêmicos brasileiros no exterior em acordos bilaterais que priorizem processos simplificados e acessíveis.
Lisboa, 25 de abril de 2023
Frente Internacional Brasileira Contra o Golpe e pela Democracia – FIBRA
Sobre o artigo do Flávio Carvalho “Lula na Europa”, mandei um comentário para o autor, que torno público com pequenas correções neste espaço, já que a FIBRA assumiu-o na programação..
“Bom dia, Flávio, li seu artigo para o Fibra. Na verdade ele parece ser um documento para o PT e seus núcleos no Exterior. Estes são instâncias partidárias e não instrumentos da luta dos imigrantes, que se dá principalmente no contexto de cada país de acolhimento. Mesmo a relação entre os brasileiros e o Estado brasileiro não devem ser tuteladas ou dirigidas por partidos políticos. A confusão entre Estado, governo e partidos é recorrente e é negativa. Os núcleos do PT são instrumentos do partido para divulgação de suas ideias e propostas. Não são coletivos de organização dos imigrantes na luta pela sua afirmação cidadã nos países de acolhimento. Entendo também que a Fibra não é um coletivo subordinado ao PT. Há objetivos comuns, a luta pela democracia no Brasil, tão fragilizada mesmo com a vitoria de Lula e a resistência ao fascismo em ascensão no mundo. Mas hegemonismos na prática política acarreta resistências. E por último, o governo não é o partido, e Lula transcende em muito o PT. Neste governo o peso do PT caiu em comparação com os anteriores e as Direitas estão muito mais fortes. A ponto do Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara de Deputados ter dito que a governação tem que ser dividida com Lira. Que triste. Por estas e outras que escrevi um livro chamado A Derrota. Abraços”
Obrigada Carlos por seu comentário.
Sugerimos que o faça -a fim de direcionar os leitores, no mesmo espaço, do texto a que se refere. Aqui o link (http://fibrainternacional.org/?p=9799), para ir direto ao texto, aqui mesmo no site da Fibra.
Um abraço.
Está coberto de razões o companheiro Viana.
Não é de hoje que a distinção entre movimento social, partido, governo e Estado, na construção de hegemonias políticas perpassa os mandatos do PT. A meu ver porque os mandatos populares refletem muitíssimo as pautas dos movimentos sociais. Como frutos, principalmente. E isso é exatamente um imenso mérito, desde que o acompanho.
Por outro lado, percebi a análise conjuntural realizada no 3o encontro da Fibra como uma demonstração a mais da excelente maturidade da organização em rede internacional. Agora, é de Lisboa pra cima.
Por fim, recentemente, este é o tema que mais tento acompanhar – não sem as dificuldades do estar vivo e de ousar refletir e opinar para fomentar o debate, na expressão do que eu sinto: que dinâmicas aportam originalidade, criatividade, organicidade e unidade na diversidade, quando nos coletivizamos no exterior?
Compreendo os núcleos partidarios de esquerda, Sim, como um elemento mais e ao mesmo tempo tão importante quanto os demais coletivos de comum-unidade das brasileiras no exterior. Para mim, política é vida (por mais recente exemplo, Amor sobrepondo-se aos ódios). E, portanto, é perfeitamente compatível com as demais redes de solidariedade que se estabelecem como verdadeiras estratégias de sobrevivência e de compartilhamento de ideias e de ideais.
Agora mais que nunca, nós somos e seremos resistência.
Eu quero apoiar nosso governo.
Viva o respeitoso diálogo.
Viva a FIBRA.
Aquele abraço.
Sres administradores do site:
Duas dúvidas: Os comentários feitos aqui não ficam visíveis para os leitores?
No campo contato, não há espaço para a mensagem, fv. verificar
Agradeço uma resposta
Carlos Vianna
Olá Carlos, sim os comentários feitos (depois de moderados), ficam sim visíveis para leitores que acessam o site.
Chamamos a atenção, que cada texto publicado é individual e abaixo de cada um deles está disponível a caixa de comentários.
Na prática, você comentou sobre o texto “Lula na Europa (Flávio Carvalho)”, abaixo do Manifesto.
Por isso sugerimos que deixe seus comentários diretamente abaixo do texto de sua preferência. De qualquer forma está tudo publicado. :))
Mais uma vez obrigada por acompanhar as mídias da Fibra.
Um abraço.
Olá Carlos, obrigada por observar o site atentamente. Já resolvemos o espaço para contato.
Um abraço!