Amsterdam, 18 de abril de 2025.
Por Luíza Monteiro, para o site da Fibra
@luiza.monteiro
Hoje mais um dia somado ao jejum de Glauber.
Nome dado em homenagem a Glauber Rocha?

Amanhã outras crianças serão também chamadas de Glauber. Será sinônimo de guerreiro, numa luta contra Titãs. Vencerá? Ainda não sabemos. Sua atitude intempestiva e, ao mesmo tempo, obstinada enfrenta o que tantos bradavam: extirpar a corrupção da Câmara dos Deputados. O inexplicável surgimento de milionários através da política. Tudo que negamos das esquerdas à extrema direita, já que extremas esquerdas no Brasil não existem.
Somos legalistas, mostramos leis, constituição, escrituras, documentos. As lutas de lá depredam os simbolismos, nós o reafirmamos num bom comportamento de alunos de seminário. Nossa história assim nos fez, da carta de alforria às desapropriações, passando por uma constituição que abrigou uma maneira de ser socialmente a sociedade. Temos sede de documentar as conquistas quase todas à custa de muito sangue. Mas é a fome de ter um mundo justo sem verbas públicas escorregando, sorrateiramente, através de emendas, gerando enriquecimentos e evitando o uso correto de serviços para o povo, que grita.
É Glauber usando seu corpo como resistência e exemplo de que já toleramos demais. Onde estão os paladinos da anti-corrupção? Que louvavam o juiz cashback de pés de barro e seu clube de procuradores ávidos de repórteres, de dinheiro e poder. O silêncio destes é estrondoso. Mas nossa fome de parlamento a serviço do povo, não.
Somos todos Glauber. Queremos ficar de corpo e alma atentos. Como Glauber queremos pisar na corrupção, chutar o fascismo e termos um laudo banquete democrático e transparente.
Brindemos: Glauber Fica!
Luiza Monteiro
Luiza Monteiro é integrante do Coletivo Amsterdam pela Democracia.
Nota: Os textos, citações e opiniões deste texto podem não expressar – no todo ou em parte, a opinião dos Coletivos da Fibra.